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Comprar casa: um investimento sólido a longo prazo

21.07.2022
Imobiliário


O maior investimento que uma pessoa faz, em regra, ao longo da vida é comprar casa. Com ou sem recurso a financiamento, tudo vai depender do orçamento disponível da família. Já a casa ou apartamento a escolher tem mais que se lhe diga. É importante pensar no tempo que se pretende ficar (para sempre ou pretende mudar de casa dentro de alguns anos?) e, claro, contemplar os seus gostos. Localização, tipologia e características dos imóveis que não dispensa podem ser difíceis de encontrar.

De qualquer modo, comprar casa é um investimento sólido de longo prazo. Poderá vendê-la mais tarde com lucro, poderá colocá-la no mercado de arrendamento, poderá ser a entrada para uma casa ainda mais perfeita para si.

Antes de avançar lembre-se que deve ponderar bem para não pôr em risco a sua solvabilidade nem se deparar com despesas inesperadas. Tenha em conta que a habitação é um dos bens e serviços nos quais os portugueses gastam grande parte do seu orçamento (17,3% em 2019, os dados mais recentes neste momento, de acordo com o INE/Pordata). Superior a essa percentagem está apenas a componente de alimentação.

No final da leitura deste artigo terá uma maior perceção do que deve ter em conta na tomada de decisão da compra ou arrendamento. Uma coisa é certa: a decisão implica analisar muitas variáveis e nem todas se prendem com o dinheiro.

O que ter em conta quando decide comprar casa

Antes mesmo de tomar a decisão, deve ter em conta: o seu orçamento, o horizonte temporal e a localização do imóvel que virá a ser a sua casa. Ouvimos atentamente Bárbara Barroso, especialista em literacia financeira, que esclarece algumas dúvidas que o leitor certamente tem.

Orçamento disponível

Antes de tomar alguma decisão, deverá analisar o seu orçamento familiar. Já sabemos que a habitação representa uma grande fatia do bolo de despesas das famílias. Por isso deve verificar qual o montante que tem disponível para comprar casa.

Questione-se se:

  • Tem dinheiro para dar de entrada? As restrições têm aumentado e convém ter pelo menos 10% (de preferência até 20%) para entregar como entrada à entidade financeira, quando recorre a empréstimo;
  • Qual o valor da casa que posso comprar? Tendo em conta o orçamento disponível, calcule o valor máximo da casa que procura. E, quando pesquisa, por exemplo, na Internet, deve cingir-se a esse topo. Caso contrário poderá estar a criar um problema orçamental, em lugar de gerar um lar de sonho;
  • Consigo manter as minhas finanças equilibradas? Esta questão é incontornável. Não gaste mais do que tem ou do que pode pagar.

Poderá sempre optar por arrendar caso não tenha o montante de entrada ou em qualquer outra situação.

Horizonte temporal

Cada família tem objetivos de vida diferentes. Dependem da fase da vida, do espírito mais ou menos aventureiro, dos valores incutidos pela família. Uma miríade de variáveis. Esta é outra questão a ter em conta antes de decidir comprar casa.

Questione-se então «quantos anos levarei a pagar o empréstimo ao banco?» As regras mudaram já este ano. O objetivo é convergir a maturidade dos financiamentos de compra de casa para os 30 anos.

Se pretende mudar de cidade ou até de país a curto prazo, arrendar poderá ser mais vantajoso do que comprar.

Localização

É importante perceber o que mais valoriza e ter sempre em mente quanto pode gastar sem se sobreendividar.

Questione-se sobre o que pretende e quais as vantagens e desvantagens:

  • Onde quero viver? Perto da família e dos amigos? Numa vivenda ou num apartamento? Perto dos transportes, das escolas ou do trabalho? No campo ou na cidade? Áreas grandes ou pequenas? Com ou sem quintal?
  • Qual será a melhor opção: perto ou longe do centro urbano? Analise a dicotomia custo da casa vs. custo dos transportes. A casa poderá ser mais cara se estiver perto dos transportes, porém uma casa mais distante dos transportes poderá ser mais barata, pelo que deverá considerar os custos de ter automóvel e do respectivo combustível.

Quais as vantagens de comprar ou arrendar casa?

Ambas as opções têm vantagens e desvantagens e tudo dependerá de uma análise de prós e contras. Não há uma resposta certa para se é melhor comprar ou arrendar casa. Depende de si, do seu orçamento, do tempo que pretende manter-se nessa morada e até da localização da mesma.

Ambas as opções têm vantagens. E, claro, desvantagens que analisaremos mais à frente. Sendo assim, tome nota:

Vantagens de comprar casa

Comprar casa é uma tradição para os portugueses. Portugal é um país de proprietários. Tem os seus prós:

  • Está a construir-se património sólido que pode ser utilizado como investimento (arrendar ou vender com lucro) ou como pé-de-meia para os filhos um dia mais tarde;
  • Pode fazer obras e melhoramentos sempre que quiser, sem dar contas a ninguém (no entanto, verifique sempre se necessita de autorizações camarárias);
  • Quando recorre a financiamento, um dia, eventualmente, a casa será mesmo sua. Entretanto, é do banco;
  • As prestações, por enquanto, são reduzidas devido às taxas de juro baixas. Em 2021, podia ser mais barato comprar do que arrendar. Mas atenção: esta situação vai alterar-se em breve.

Vantagens de arrendar casa

Também arrendar tem os seus prós:

  • O investimento inicial é menor do que na compra. Em lugar da entrada, inicialmente, terá de pagar pelo menos duas rendas e eventualmente uma caução;
  • Poderá deduzir 15% do valor das rendas em sede de IRS;
  • As despesas iniciais são também menores: não tem de pagar o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), o Imposto do Selo, a escritura e outros custos associados;
  • Posteriormente não tem despesas com o Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) e quotizações do condomínio:
  • Pode mudar em qualquer momento, cumprindo os prazos definidos no contrato.

Desvantagens de comprar casa

Não obstante as vantagens, comprar casa tem custos: tempo e dinheiro.

  • Se comprar com recurso a financiamento tem de dar uma entrada que poderá representar 10 a 20% do valor do imóvel;
  • Terá de pagar o IMT, o Imposto do Selo, os custos da escritura e outros custos associados, como explicámos anteriormente. Nota: alguns bancos disponibilizam créditos pessoais para o IMT com taxas superiores à do crédito à habitação;
  • Terá de pagar IMI, a antiga contribuição autárquica, e o condomínio;
  • Se precisar de financiamento bancário terá ainda de subscrever seguros de Vida e Multirrisco. Porém, os intermediários de crédito podem ajudá-lo a encontrar os produtos mais em conta.
  • A burocracia inerente à aquisição de casa é grande: O banco vai avaliar o risco e estão cada vez mais rigorosos. Neste aspecto tem sempre os intermediários de crédito para o ajudar.
  • Corre o risco de perder a casa em situação de incumprimento.

Desvantagens de arrendar casa

Finalmente, listamos algumas desvantagens de arrendar casa:

  • Terá de responder perante o senhorio.
  • O aumento da renda está em linha com a taxa de inflação (tem sido cerca de 1% ao ano, mas atenção, mais uma vez, porque a situação poderá alterar-se em breve);
  • Para fazer obras precisa de autorização do senhorio;
  • Não é dono do imóvel;
  • Pode acontecer terminar o contrato e não ser renovado automaticamente. Neste caso, para renovar, o senhorio poderá aumentar o valor da renda, o que poderá ser incomportável para algumas famílias;
  • Até agora, tendo em conta as reduzidas taxas de juro, em particular o indexante dos créditos à habitação (Euribor), os valores da renda podem por vezes ser mais elevadas que a prestação ao banco. No entanto, e mais uma vez, a situação poderá alterar-se em breve.

Em suma, ao pensar em tudo isto poderá até sentir-se tentado a manter-se como está. Reflita, peça simulações aos bancos. Sempre dentro das suas possibilidades.

E, como sempre, se precisar de ajuda a tomar a decisão final, consulte os franchisados da MaxFinance, que o poderão libertar de grande parte das desvantagens associadas à compra de casa, tratando da pesquisa do melhor financiamento e da burocracia por si.

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